As vias de comunicação
A estalagem situava-se nas proximidades do cruzamento de duas estradas imperiais. Uma delas partia de Viseu (Vissaium, capital de civitas na época romana), que se situava a cerca de 12 milhas. A outra via tinha como ponto de partida outra capital de civitas, a cidade situada na actual localidade de Bobadela, em Oliveira do Hospital, que dista cerca de 30 milhas. A via oriunda de Viseu atravessava o Rio Dão na zona de Fagilde, dirigia-se à Roda, passaria perto da actual Igreja Matriz de Mangualde e, nas imediações do Monte da Senhora do Castelo – povoado amuralhado proto-histórico -, flectiria para Almeidinha, galgava a Serra da Baralha, transpunha o Mondego nas imediações da Abrunhosa-a-Velha e, entrando no território actual de Gouveia, subia pela calçada dos Galhardos, em Folgosinho e, passada a Portela, lograva alcançar as civitates dos Lancienses e dos Igaeditani, situadas para lá da Serra da Estrela.
A estrada proveniente de Bobadela, depois de passar o Mondego na zona das Caldas da Felgueira, orientava-se para Espinho, Santa Luzia, Santo Amaro, Mata dos Condes (ou por Espinho, Pinheiro de baixo, Ançada, Mata dos Condes), actual Largo Pedro Alvares Cabral iria entroncar na via anteriormente referida seguindo o seu percurso para as terras dos Aravi (Marialva e Mêda), dos Meidubrigenses (Numão e Vila Nova de Foz Côa) e dos Arabrigenses penetrando nos territórios do Douro.
Era por esta eficaz malha de viação principal, onde desaguavam vias secundárias e vicinais, que circulavam gentes, mercadorias e ideias.