Território

O território que hoje se confina ao concelho de Mangualde pertencia, em época romana, à Província da Lusitânia, cuja capital era Emerita Augusta (Mérida), ao Conventus Scalabitanus (Santarém) e integrava a Civitas Interaniensis, reportando administrativamente a Vissaium (Viseu), certamente a sua capital.

Dedicando-se essencialmente à agricultura, pecuária, comércio e mineração, os luso-romanos, seguindo os trajectos das vias de comunicação principais e secundárias, foram estabelecendo novas formas de povoamento, com preferência pelas zonas de meia altitude em detrimento dos antigos castros, conforme testemunha a cerca de meia centena de estações romanas conhecidas neste território.

Os vestígios de superfície que desde o sopé ocidental e meridional do Monte da Senhora do Castelo se estendem pela Quinta da Raposeira, Quinta do Prazo, Tojal d’Anta, Fonte do Púcaro, Campas até à Ribeira da Lavandeira e Igreja Matriz, denunciam um povoamento composto essencialmente por quintas e granjas, casais e até alguma villa que, no seu todo, se foi aglomerando em torno da estalagem.

Olhando o Monte da Senhora do Castelo, antigo castro que poderia denominar-se na época por Castellum Araocelum, se for este o povoado mencionado na placa honorífica de São Cosmado oferecida por Caius Caelianus Modestus, a Estalagem Romana da Raposeira influiu no desenho da paisagem de há 2000 anos.